A Associação Sociocultural da Comunidade Quilombola da Picada (Ipanguaçu/RN) lança no próximo dia 29 de julho o documentário “Nossa cultura, nosso ritmo”, trazendo o enredo da dança tradicional e suas histórias, envolvendo o samba de roda e as músicas afro-brasileiras, como o axé. Produzido pela própria comunidade, em parceria com a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), a data escolhida faz parte da programação do Julho das Pretas, movimento feminista que exalta e reivindica o espaço de luta e fala das mulheres pretas, dentro da sociedade brasileira.
O professor Paulo Márcio, presidente da Associação, conta que as expectativas para o evento são as melhores, já que está se trazendo também a temática das mulheres, além de contar com a perspectiva de mobilização do poder público municipal e das instituições de ensino, como UFERSA, IFRN, UERN, e da Escola Municipal Nelson Borges, que pertence à comunidade.
A programação que se inicia no dia 28 de julho também conta com exposição de vídeos e rodas de conversas, feirinha livre, apresentações artísticas e entrega de certificados de cursos técnicos realizados na comunidade.
Na organização, os representantes quilombolas apresentaram em reunião com a secretária adjunta de Educação e Cultura de Ipanguaçu (RN), Somália Caldas, a versão finalizada do documentário e discutiram sobre a Lei Paulo Gustavo (LPG), que trata sobre o incentivo cultural no país.
“Nessa reunião falamos a respeito do documentário, e de como foi essa construção, toda democrática e participativa na escolha do tema. Estava também o grupo de dança AFROARTE e escolhemos como data o final de semana da semana do Julho das Pretas,” disse Paulo Márcio.
A secretária adjunta de educação e cultura de Ipanguaçu/RN reconheceu a importância da valorização da identidade regional e garantiu apoio a projetos que movimentem a cadeia produtiva cultural de Ipanguaçu. “Ipanguaçu é repleta de artistas que têm a arte no próprio DNA. Valorizar e impulsionar produções audiovisuais sobre nosso povo é uma forma de registrar nossa história e deixar nossa contribuição à sociedade”, finalizou.
O projeto é uma realização colegiada da Associação Sociocultural da Picada, os Professores Ozaias Batista (DCH/UFERSA – PPGCISH/UERN) e Melquisedeque Fernandes (DCH/UFERSA – PPGCISH/UERN) e a Professora Kelci Pereira (LEdoC/UFPI) – por meio dos projetos de extensão “O campesinato pelas lentes do cinema” (UFERSA) e “Escola e Teatro Político e Vídeo Popular do PI” (UFPI). Além da bolsista Gerlayne Nunes (Agronomia/UFERSA) e do bolsista Joelton Pereira (LedoC/UFERSA). A produção do documentário conta com o financiamento do edital PROEC/UFERSA n° 13/2022 e apoio do DCH/UFERSA e do PPGCISH/UERN.